Retrato da Amizade – Cerejeiras em Flor – Chico Xavier

Agradeço, alma fraterna e boa,
O amor que no teu gesto se condensa,
Deixando, ao longe, a festa, o ruído e o repouso Para dar-me a presença…
Sofres, sem reclamar, enquanto exponho

Minhas ideias diminutas
E anoto como é grande o teu carinho,
No sereno sorriso em que me escutas.
Não sei dizer-te a gratidão que guardo
Pelas doces palavras que me dizes,
Amenizando as lutas que carrego
Em meus impulsos infelizes…
Auxilias-me a ver, sem barulho ou reproche, Dos trilhos para o bem o mais certo e o mais curto, Sem cobrar pagamentos ou louvores Pelo valor do tempo
que te furto.
Aceitas-me, no todo, como sou,
Nunca me perguntaste de onde vim,
Nem me solicitaste qualquer conta
Da imensa imperfeição que trago em mim!…
Agradeço-te, ainda, o socorro espontâneo Que me estendes à vida, estrada afora, Para que as minhas mãos se façam mensageiras De consolo a quem chora!…
LOUVADO SEJA DEUS, ALMA QUERIDA E BELA,
PELO CONFORTO DE TEU BRAÇO IRMÃO,
POR TUDO O QUE TENS SIDO EM MEU CAMINHO, POR TUDO O QUE ME DÁS AO CORAÇÃO!

Maria Dolores – Chico Xavier