Muitas obras já foram escritas a respeito do ódio entre pessoas, famílias ou
comunidades.

A literatura celebrizou romances como Romeu e Julieta. A tragédia de um amor
com o pano de fundo do ódio de duas famílias.

As telas cinematográficas e as novelas da televisão vitalizam, com cores
muito vivas, dramas em que o ódio passa de geração a geração.

O que quer dizer que a criança, ao nascer, passa a ser alimentada com a
informação da necessidade de odiar aquele ou aqueles que seus avós e pais
odeiam.

Apesar de vivermos o início do Terceiro Milênio, tais fatos não se passam
somente nos teatros, filmes ou novelas.

Observa-se que, no cotidiano, existe muito ódio sendo alimentado e
transmitido de pai para filho.

Não é de se estranhar, assim, que haja tanta guerra, desentendimento,
discórdia entre os povos. Pois tudo vem do berço.

Desde a gestação, o Espírito que anima o corpo do bebê em formação passa a
ser sufocado com as emanações do ódio de que se nutrem os familiares. Pai e
mãe em especial.

Seria tão mais digno dos que nos dizemos cristãos que, se não conseguimos
perdoar o desafeto, não repassássemos aos nossos filhos tal problema.

Se a problemática é nossa, nós a devemos resolver e jamais passá-la adiante.
Mesmo porque, na sequência do tempo, o que era motivo de ódio mortal se
dilui.

Por vezes, até os que dizem odiar não recordam com exatidão porque assim
procedem. E se desculpam dizendo que são motivos graves, de épocas
anteriores à sua, que a questão é familiar, etc.

Recentemente, pudemos observar um caso que nos emocionou. Um jovem de
família abastada, casou-se com uma jovem pobre e sem nome de família
expressivo.

Contrariada, a mãe do rapaz o deserdou e ele partiu para outras paragens
para refazer sua vida.

Construiu seu lar sobre bases de honestidade e trabalho e repassou tais
valores para sua filha. Morrendo muito jovem, deixou a viúva com poucos
recursos.

Ela, por sua vez, não se intimidou. Trabalhou e educou a filha.

Certo dia, a avó as procurou desejando ver a neta. Receosa, temia que a nora
houvesse envenenado a menina contra ela. Qual não foi sua surpresa ao ser
abraçada pela neta de oito anos, e ouvir da sua boca:

Vovó, que bom que a senhora veio! Queria tanto conhecer você. Minha mãe
sempre diz que a senhora é uma pessoa muito boa, como meu pai.

Durante anos, a mãe simplesmente passara para a garota a lição do amor,
consciente de que as questões que diziam respeito a ela e seu marido não
deveriam prosseguir no tempo.

A lição de amor comoveu a velha avó, que retornou ao seu lar após a visita,
para repensar a própria atitude.

* * *

Os pais são responsáveis pelos Espíritos dos filhos.

Assim, se eles vierem a falir, por culpa dos pais, esses terão que prestar
contas a Deus.

A maternidade e a paternidade são das missões mais grandiosas que Deus
confia aos homens.

Por isso vale a pena empregar todos os esforços para merecer a confiança do
Criador.

Redação do Momento Espírita.