Não te esqueças do ensinamento do Mestre: — “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”.

Se a dor te visita o coração, improvisando tempestades de lágrimas em teu campo interior, não te confies ao incêndio do desespero, nem ao gelo da lamentação.
Recorda o tesouro do tempo, retira-te da amargura que te ocupa, indebitamente, e trabalha servindo. O trabalho é um refúgio contra as aflições que dominam a alma. O serviço aos semelhantes gera valoroso otimismo.

Se a incompreensão te impôs férrea grade ao espírito, através da qual ninguém, por agora, te identifica o ideal ou os propósitos elevados não te demores acariciando o fel da revolta.
Lembra o favor sublime do tempo, trabalha e serve. O trabalho acrescenta as energias. O serviço a todos revela divina sementeira.

Se a calúnia chegou ao teu círculo, estendendo sombras tenebrosas, não te afundes no lago fervente do prato, nem te embrenhes na selva do sofrimento inútil.
Reflete na bênção das horas, trabalha e serve. O trabalho reconforta. O serviço aos outros anula os detritos do mal.

Se erraste, instalando escuro remorso no centro do próprio ser, não te cristalizes na inércia e nem te enlouqueças, soluçando e gemendo em vão.
Medita na glória dos minutos, trabalha e serve. O trabalho reajusta as forças do espírito. O serviço ao próximo reconquista o respeito e a
serenidade perante a vida.

Se a enfermidade e a morte varrem-te a casa, não te relegues ao
acabrunhamento, qual se foras um punhado de lixo.
Pensa na dádiva dos dias, trabalha e serve. O trabalho é uma esponja bendita
sobre as mágoas do mundo. O serviço no bem de todos é um milagre renovador.

Na luta e na tranquilidade, no sofrimento e na alegria, na tristeza ou na
esperança, segue agindo e auxiliando.
Trabalhar é produzir transformação, oportunidade e movimento. Servir é criar
simpatia, fraternidade e luz.

Chico Xavier – Emmanuel