“Mães saudáveis preparam os filhos para arcar com as suas responsabilidades.
Com o passar dos anos, elas vão delegando à criança o poder de se cuidar.
Essa autonomia pode dar ao filho a sensação de felicidade, aumentar sua
autoestima e retroalimentar o sistema de recompensa. Felicidade ou saciedade
que se ganha de mão beijada não aumenta a autoestima porque dispensa
exatamente a capacidade de crescer em liberdade.

Isto, entretanto, é muito diferente de abandonar totalmente o filho para que
ele se cuide sozinho. Uma criança abandonada afetivamente tem autoestima
baixa e procura garantir-se por meio da exigência de saciedade em seus
mínimos desejos. Torna-se intolerante diante das frustrações porque não tem
dentro de si a força da autoestima saudável.
Geralmente, a criança pode fazer bem menos do que precisa fazer. Não
importa. Nada é mais gratificante para ela do que a sensação de ser capaz de
realizar algumas atividades, principalmente quando o benefício é para si
mesma. Ela estampa no rosto um olhar de vitória quando consegue vestir a
própria roupa, amarrar o tênis, pegar um copo de água. Como se cada
realização fosse um aprendizado que vai servir de base para um outro
desafio, uma nova realização.”

(Içami Tiba, em “Disciplina – Limite na medida certa”